SAÚDE BUCAL NÃO TEM IDADE

 

 

 

O programa saude bucal näo tem idade foi desenvolvido pela Dra. Fanny Jitomisky entäo na Secretaria de Estado da Saúde , aplicado em 68 asilos conveniados com a Secretaria de Estado da Criança e Assuntos da Família . O que foi muito interessante  é que  a partir do momento que estes dentistas começam a entrar nos asilos e conhecer a triste realidade , eles mesmos estão  buscando soluções junto às Prefeituras , sensibilizando a classe odontológica e a sociedade em geral para a qualidade de vida do idoso .  

 

     

 

DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES PREVENTIVAS DE SAÚDE BUCAL PARA IDOSOS

 

Para resolver os problemas bucais dos idosos, acreditamos que a remoção adequada da placa dental, que é causa das doenças bucais mais comuns, seja um grande desafio.

Por esta razão optamos por discutir as possibilidades de controle mecânico da placa dental realizado pelo paciente idoso.

A placa dental é uma placa constituída por bactérias , com consistência mole e aderente, e que se deposita continuamente sobre a superfície dos dentes, não sendo eliminadas através de bochechos com água, jatos fortes de ar nem através da mastigação. Através de meios mecânicos ou químicos, poderão ser tomadas medidas que terão como objetivo a remoção dessa placa, obtendo o que chamaremos de “controle de placa”. O controle mecânico da placa é realizado pelo próprio paciente por meios mecânicos. E o resultado da interação de diversos fatores, tais como: conhecimentos sobre etiologia, patogenia e tratamento/controle das doenças dentárias, motivação, instrução em higiene bucal, destreza manual e instrumentos apropriados. A higiene dos dentes realizada pelo paciente é parte fundamental dos autocuidados necessários para a manutenção da saúde bucal.

Acredita-se que a maior parte dos cuidados de manutenção de saúde bucal possam ser realizados pelo próprio indivíduo. O autocuidado deverá ser estimulado por meio da educação em saúde, que favorecerá o controle de doenças crônicas dependentes do estilo de vida, como a cárie e as doenças periodontais; especialmente onde a assistência do setor público em tratamento é muito baixo. “Autocuidado é o conjunto de ações e decisões tomadas pelo próprio indivíduo, com a finalidade de prevenir, diagnosticar e tratar qualquer alteração de sua própria saúde. A promoção de autocuidados é uma das finalidades mais importantes no cuidado primário da saúde, e que levam a mudanças individuais de comportamento, tendo como alvo o estabelecimento de hábitos que propiciam a prevenção e o controle das doenças e a eliminação daqueles que que aumentam o risco às doenças. Esse processo tem como principal objetivo tornar o paciente responsável pela sua própria saúde, educando-o para desempenhar as funções que lhes cabem na promoção de saúde, como por exemplo o controle diário de placa. Assim a função mais importante exercida pelo dentista será a de educar para a saúde.

As doenças da cavidade bucal e seu conteúdo afetam indivíduos sem discriminar idades e classes sociais. Cárie e doenças periodontais são os problemas que aparecem com mais freqüência na cavidade bucal e são responsáveis por cerca de 90% da perda de dentes. A terapia curativa, que visava somente a reparação dos danos era a forma de tratamento utilizada na odontologia, mas esses procedimentos não eliminavam a necessidade de realização de tratamento, e também não reduzia a perda gradual dos elementos dentários. O controle das doenças através da reparação de seus danos é um procedimento justificável apenas quando o agente causal não pode ser identificado ou eliminado. Atualmente, contudo, a etiologia da cárie e de doenças periodontais já é bem conhecida.

A gengivite, bem como a periodontite e a cárie, são doenças infecciosas causadas por bactérias que se depositam nos dentes formando a placa bacteriana. A remoção da placa bacteriana nas fases iniciais da doença provoca a eliminação da gengivite.

O desconhecimento da etiologia e patogenia da cárie dentária fez com que, durante muitas décadas, seu tratamento fosse sinônimo de restauração de dentes com cavidades.

Prevenção era tradicionalmente vinculada a fluorterapia, aconselhamento de dieta e a controle de placa. O tratamento em si era direcionado a procedimentos operatórios. Essa diferenciação entre tratamento e prevenção era devido ao conceito de que um dente passava de hígido para cavitado sem nenhum estágio intermediário. Na última década, foi comprovado que a evolução dos sintomas da cárie abrange um leque complexo de alterações no esmalte dentário, desde a dissolução microscópica dos cristais individuais, até a lesão clinicamente detectável.

A higiene adequada dos dentes é a medida mais eficaz para o controle e tratamento das doenças dentárias, pois ela elimina a placa, fator que causa a doença.

A finalidade do controle mecânico da placa que o paciente realiza, não deve ser a eliminação total da placa, mas a obtenção de níveis de higiene capazes de prevenir o início e/ou desenvolvimento das doenças dentárias.

A eliminação adequada da placa deve ser realizada de uma forma regular e deve ser um dos alvos principais dos cuidados odontológicos que visam a manutenção e promoção de saúde bucal.

 Para que o idoso seja educado para a saúde, ele deve adquirir novos hábitos de higiene bucal. Essa educação deve fazer parte da educação para a saúde geral. Assim teremos um paciente motivado e treinado. Pela educação para a saúde o profissional pode despertar no paciente o interesse de promover, manter a saúde e o controle das doenças dentárias.

                        A  motivação faz com que o paciente se conscientize de sua real condição de saúde bucal. O diagnóstico feito pelo C.D., em conjunto com  o paciente sobre os níveis de placa, gengivite, periodontite e cárie é essencial na determinação de suas necessidades bucais. Deverá ser feito o registro da história pessoal do paciente, seus hábitos de higiene bucal e de uso de tabaco e álcool, etc. e também o que o paciente espera do tratamento odontológico. É necessário detectar as necessidades não satisfeitas que na realidade são mais importantes para o paciente do que seus problemas dentais. Na primeira visita do idoso é importante deixá-lo falar bastante. Conhecer melhor o paciente, sua vontade de manter os dentes e outros desejos permite que o profissional se aproxime das necessidades e expectativas do paciente, permitindo assim a possibilidade de sucesso no tratamento futuro. Ao final da consulta, o dentista já tem meios de determinar qual a melhor forma de iniciar o processo de educação.

Depois que o paciente foi motivado para controlar as doenças dentárias, o profissional deve iniciar o processo de informação, que será breve, em linguagem clara. As informações devem ser dadas à medida que o interesse do paciente aumente. Conhecimentos básicos permitem ao indivíduo a assumir mais responsabilidades no controle de seus problemas de saúde.

O vocabulário a ser utilizado dependerá da idade e grau de instrução do paciente, para evitar a incompreensão dos conceitos que queremos passar.

No caso de asilos, a informação  pode ser  dada de forma coletiva.

Após os conhecimentos adquiridos sobre etiologia e tratamento das doenças dentárias, o paciente deve ser encorajado a participar do conhecimento do seu estado de saúde bucal, o diagnóstico de placa bacteriana e das doenças dentárias. Um espelho de aumento com luz e um espelho bucal auxiliarão bastante. É bom perguntar aos pacientes quais são, sob seu ponto de vista, as áreas ou dentes mais afetados por cáries e doenças periodontais. Depois de localizados os sintomas das doenças, o porquê da localização  e a natureza dos sintomas devem então ser discutidos. Entender a natureza das doenças que afetam os dentes e a conscientização sob seu estado de saúde bucal. Inclusive das áreas de maior acúmulo de placa e das de maior risco às doenças, pode capacitar o paciente a determinar quais seriam suas prioridades no controle da saúde bucal no auto-exame.

                        O paciente ou o cuidador de idosos estão agora aptos para determinar a freqüência e os meios com os quais deverá higienizar seus dentes. Pode-se então , começar a instrução em higiene bucal realizada de acordo com a localização daplaca, gengivite, etc. O paciente é encorajado a utilizar os instrumentos de higiene escolhidos por ele, e a testá-los em sua própria boca.

É muito importante para o paciente sentir o resultado de seus esforços em curto período de tempo. Nos estágios iniciais de treinamento em higiene bucal, não devemos exigir demais do paciente, e direcionar seus esforços de higiene nos dentes e superfícies onde o risco às doenças for maior, tendo assim maior possibilidade de identificar os resultados positivos de seus esforços. Os idosos gostam de ser elogiados e comprovar que eles são capazes de realizar corretamente tarefas que lhes forem encomendadas..

O cirurgião dentista, para obter êxito na sua missão de educar o idoso para a saúde, deverá Ter uma conduta de interesse e apoio, nunca de autoridade.

ESTABELECIMENTO DE NOVOS HÁBITOS – O MÉTODO ASSOCIATIVO

 

Pacientes motivados, informados e instruídos, podem Ter dificuldade em aceitar a perpetuação de novos hábitos. A condição fundamental para o estabelecimento de novos hábitos de higiene bucal, é um paciente bem motivado, informado e instruído. Mesmo assim, o risco desses novos hábitos não serem aceitos totalmente pelo idoso é ainda muito grande. Uma solução, segundo o método associativo descrito por WEINSTEIN e GETZ, seria associar novas rotinas àqueles hábitos pré-existentes. O novo hábito deve ser executado sempre imediatamente antes daquele já utilizado anteriormente, uma vez que o risco de esquecer deste último é mínimo.

  

                                            

A utilização da escova dental é freqüentemente confundida com a higiene dos dentes. Atualmente, a escovação é o único procedimento de higiene bucal realizado regularmente pela maioria. A escovação por si só não é sinônimo de higiene, pois sua capacidade em controlar a placa é restrita às superfícies livres dos dentes,não evita, por si só, a perda de dentes.

O uso freqüente da escova não é sinônimo de limpeza. Mais importante que a freqüência é a qualidade da higienização.

Apesar disso, muita importância é dada às técnicas de escovação, e inúmeras variações da escova tradicional surgiram no comércio. As fábricas de produtos de higiene bucal colocam no mercado uma enorme variação de escovas manuais duras, macias ou extra-macias, com cerdas retas, , alternados, curtas e etc. A cabeça pode ser oval, , retangularetc.. O cabo tem tamanhos diversos, podendo ser angulado, reto, rígido ou flexível.

As escovas elétricas são muito úteis para portadores de deficiências que limitam os movimentos. Recomenda-se o uso da escova unitufo, facilitando a higiene em áreas de maior retenção de placas e difícil acesso. A utilização   de dentifrícios é um costume universal e o torna um meio para uso do flúor. A diminuiçaão do número de cáries como consequência do uso de dentifrícios fluoretados foi divulgada e comprovada.

Resumindo, para controlar a placa bacteriana, o que realmente importa é a realização de uma escovação correta e eficiente, pois produtos adicionados ao dentifrício com esse fim, só ajudam no controle da placa se, repetindo, a escovação foi corretamente realizada

 


 

ESCOVAÇÄO DA LINGUA 

 

   

 

 

 

Segundo  artigo publicado na JADA 2002; Effectiveness of mechanical tongue cleaning on oral levels of volatile sulfur compounds.Rainer Seeman et al. seeman@medline. , foram encontrados indices de 40% , 42% e 38% de efetividade na reduçäo de compostos sulfurosos na lingua com o uso de raspador com serrinha, raspador, e escova de dentes respectivamente .

 

A raspagem da língua é muito importante para remover os restos orgânicos da língua.

A escovação da língua é o melhor método para diminuir os compostos sulfurosos e o mal hálito .

 

O ideal e um objeto que produza o máximo efeito com menor número de movimentos na língua  para evitar náuseas .

A escova de dentes é mais estreita que os  raspadores de língua , mas dão mais  trabalho .

Escovar com escova de dentes é um procedimento pré-limpeza  que remove os restos nas áreas mais profundas da língua.

 

Usar dentifrício reduz os componentes sulfurosos em 1 a 1,5 horas . Mesmo assim é duvidoso o efeito da escovação ou raspagem da língua sobre a redução efetiva de compostos sulfurosos .

 

O ideal é escovar regularmente.

 

 

 

 


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