|
|
“Algumas das mais belas qualidades do
cirurgião-dentista (talvez as mais
belas) são as que vão além da
competência técnica; é a capacidade de
comunicação, o amor e o respeito pelo
ser humano.”
“O
sucesso do nosso trabalho está na
observação de uma série de pequenos
detalhes”
Dr.
Herbert Koch
A
Odontogeriatria enquanto especialidade
odontológica foi reconhecida como tal
pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO)
no ano de 2001.
A Resolução CFO-12/2001 (Rio de Janeiro,
27 de dezembro de 2001) traz junto à
Seção IX Art.29 a seguinte definição
para esta nova especialidade:
“Odontogeriatria é a especialidade que
se concentra no estudo dos fenômenos
decorrentes do envelhecimento que também
têm repercussão na boca e suas
estruturas associadas, bem como a
promoção de saúde, o diagnóstico, a
prevenção e o tratamento de enfermidades
bucais e do sistema estomatognático do
idoso.”
O relatório final da 2a ANEO (Assembléia
Nacional das Especialidades
Odontológicas), realizada entre os dias
6 e 9 de setembro de 2001, traz junto à
CRIAÇÃO DE NOVA ESPECIALIDADE – PROPOSTA
I – SEÇÃO XVI ODONTOGERIATRIA, as áreas
de competência para a atuação do
especialista (odontogeriatra) em:
“a) o
estudo do impacto de fatores sociais e
demográficos no estado de saúde bucal de
idosos;
b) o
desenvolvimento de métodos para o
cuidado da saúde geral e bucal adequados
para os adultos mais velhos;
c) o
estudo da reação, da tolerância, da
reatividade e do metabolismo de
medicamentos no paciente idoso;
d) a
manutenção da atenção odontológica em
idosos com saúde geral comprometida
incluindo a coordenação com outras
especialidades da área de saúde;
e) o
estudo dos fenômenos do envelhecimento
que ocorrem na boca e estruturas
associadas;
f) o
diagnóstico, a prevenção, o planejamento
e o tratamento de enfermidades bucais e
do sistema estomatognático do paciente
idoso;
g) o
desenvolvimento da Odontologia
domiciliar ou em instituições.”
Já a Resolução CFO-63/2005, CAPÍTULO
VIII, SEÇÃO IX-ODONTOGERIATRIA,
refere-se no Art.66 (página 11) às
competências do especialista em
Odontogeriatria como sendo:
“a) o estudo do impacto de
fatores sociais e demográficos no estado
de saúde bucal de idosos;
b)
estudo do envelhecimento do sistema
estomatognático e suas conseqüências;
c)
estudo, diagnóstico e tratamento das
patologias bucais do paciente idosos,
inclusive as derivadas de terapias
medicamentosas e de irradiação, bem como
do câncer bucal; e,
d)
planejamento multidisciplinar integral
de sistemas e métodos para atenção
odontológica ao paciente geriátrico.”
HISTÓRICO
A preocupação com a
velhice/envelhecimento/idosos pode ser
observada junto à Bíblia Sagrada, em
papiros (de até 3000 a.C.), em obras de
filosofia de grandes nomes como Platão
(A República) e Marco Túlio Cícero (De
Senectude); até encontrarmos na Era
Moderna o primeiro tratado científico em
Geriatria, conferido a Johann Bernard
Von Fischer.
No século XVIII e estendendo-se por todo
o século XIX, se tornou crescente o
número de obras destinadas ao
envelhecimento. A Geriatria e a
Gerontologia surgem como especialidades
médicas somente a partir da segunda
metade do séculoXX e somente no ano de
2001 é que surge a Odontogeriatria como
especialidade odontológica. Os primeiros
estudos odontológicos envolvendo
pacientes idosos (abrigados em
instituições), datam da década de 1950 e
são atribuídos ao Dr. Saul Kamen, o
chamado “Pai da Odontologia Geriátrica”.
Na década de 1960 o Dr. Ronald Ettinger
começa a figurar como um dos nomes mais
expressivos na odontologia voltada para
a terceira idade. Muitos
cirurgiões-dentistas brasileiros,
dedicaram (e dedicam) estudos e
conhecimentos em prol do tema
“velhice/envelhecimento/idosos”, bem
como buscaram (e buscam) a atenção
odontológica ideal para as pessoas
pertencentes à “terceira idade”; dentre
eles podemos ressaltar os nomes dos Drs.
Brunetti, Montenegro,Conrado, Kina,
Jitomirski, Pastre, Cormack, Tibério,
Marchini, Pucca Jr., Dunkerson, Tin,
Madeira, Saliba, Bolzani, Shinkai e
Sales Peres, dentre outros não menos
expressivos.
Neste espaço gostaria de
deixar expressa a minha
admiração e o meu carinho
não só pelo trabalho voltado
aos idosos (que pude
acompanhar), mas também pelo
valor humano dos Drs. Alaor
Jason Brenner,
Fanny
Jitomirski e em
especial ao senhor meu pai
Dr. Herbert Rubens Koch que
em sua jornada como
cirurgião-dentista e
professor universitário
sempre valorizou o ser
humano ( em especial os
“seus velhinhos”) e que se
preocupou em buscar estudos
voltados à Geriatria e
Gerontologia. |
No ano
de 2001 o Dr. Edson Tin lançou pela
Editora Alínea o livro intitulado
“Odontogeriatria: Imperativo no ensino
odontológico”,
o qual refere-se à importância do ensino
desta especialidade em faculdades de
odontologia.Já no ano de 2002 os Drs.
Ruy Fonseca Brunetti e Fernando Luiz
Brunetti Montenegro lançam pela Editora
Artes Médicas o livro intitulado
“Odontogeriatria:Noções de interesse
clínico”,
o qual trata a Odontogeriatria em uma
visão histórica, técnica, filosófica e
humanista, abrangendo, de maneira
enriquecedora, os diversos temas
inerentes à especialidade em questão.
Em 2003 ,lamentamos que o extenso
trabalho das Dras. Adriana Becker,Fátima
Schermann e Keila Pereira, de Santa
Catarina(Odontogeriatria:um enfoque
inicial) , não possa ter sido colocado
na mercado, por decisão única de seus
editores,apesar de finalizado pelas
autoras.
Em 2004, temos o lançamento dos livros
entitulados “Odontogeriatria “ da colega
Eliana Campostrini de Minas Gerais
(Editora Revinter)e no ano seguinte o do
colega Hilton Souchois de Mello, do Rio
de Janeiro(Editora Santos).
O ano de 1999, por
recomendação da
Organização das Nações
Unidas (ONU), foi
intitulado como:
“Ano Internacional do
Idoso”.
No ano de 2003 foi
aprovado e sancionado o
Estatuto do Idoso,
composto de 118 artigos. |
Tendência de Mercado
A maior atenção
com os idosos não poderia ser
diferente frente à observação do
aumento do número desta população em
todo o mundo e que poderá colocar o
Brasil como o sexto País em número
de idosos no ano de 2025.
Estima-se que no ano de 2050, os
idosos representarão (1/5) um quinto
da população mundial.
Espera-se que o ser humano viva por
mais tempo, com mais saúde
(conseqüentemente com mais dentes na
boca), exigindo dos profissionais da
área de saúde maior conhecimento
sobre o processo de envelhecimento,
bem como sobre os vários
determinantes que atuam nas
condições de saúde, qualidade de
vida e autonomia dos idosos.
Abrangência
Cronologicamente é considerado idoso é
considerado o ser humano na faixa
etária entre 60 anos (países em
desenvolvimento) e 65 anos de idade
(países desenvolvidos).
A parte da ciência que trata de assuntos
inerentes ao
envelhecimento/velhice/idosos está
ré a Gerontologia; base fundamental
da Geriatria, Odontogeriatria,
Psicogeriatria bem como com qualquer
área específica de outras grandes
áreas que abordem o tema em questão.
Define-se
Gerontologia como a ciência
que estuda os fenômenos do processo
de envelhecimento, considerando os
seus vários aspectos:
biopsicossocial, espiritual e
histórico. Já a
Geriatria é a parte da
medicina que estuda sobre a
prevenção e tratamento das
enfermidades (agudas e crônicas)
inerentes aos idosos, sua
reabilitação e reintegração social.
A
Odontogeriatria, é a
especialidade odontológica que se
concentra no estudo dos fenômenos
decorrentes do envelhecimento que
também têm repercussão na boca e
suas estruturas associadas, bem como
a promoção de saúde, o diagnóstico,
a prevenção e o tratamento de
enfermidades bucais e do sistema
estomatognático dos idosos.
A Odontogeriatria pode estar
presente em consultórios
particulares, em atendimentos
domiciliares, em atendimentos
hospitalares, em instituições para
idosos (Casas de repouso, asilos e
/ou lares para idosos), em programas
de saúde da família, em programas de
atendimento a idosos e na formação
técnica de cuidadores.
Algumas qualidades ideais para o
atendimento de pacientes
odontogeriátricos(foto59)
O
cirurgião-dentista que se dedica à
atenção de pacientes idosos requer
algumas qualidades, dentre as quais:
-
Gostar de idosos;
-
Ser comunicativo;
-
Saber ouvir;
-
Ser observador;
-
Ser investigador;
-
Ser atencioso;
-
Ter paciência;
-
Ser cortês;
-
Ter bom humor;
-
Ter bom conhecimento em
Gerontologia;
-
Ter bom conhecimento em
Estomatologia e Patologia;
-
Ter bom conhecimento em Prótese;
-
Ter bom conhecimento em
Sociologia;
-
Ter bom conhecimento em
Psicologia;
-
Ter bom conhecimento em
Epidemiologia;
-
Ter bom conhecimento em
Farmacologia e Terapêutica
Medicamentosa;
-
Ter bom conhecimento em
Radiologia;
-
Conhecer as doenças sistêmicas
mais comuns aos idosos;
-
Conhecer as doenças crônicas
não-transmissíveis (DCNT) mais
comuns aos idosos;
-
Conhecer as alterações
anatomo-fisiológicas(não
patológicas) comuns ao processo
de envelhecimento;
-
Conhecer as alterações bucais
(não patológicas) comuns ao
processo de envelhecimento;
-
Ter bom relacionamento com
outros profissionais
(especialistas em outras áreas)
da odontologia;
-
Ter capacidade de trabalhar em
grupo;
-
Ter bom relacionamento com
outros profissionais da área de
saúde;
-
Ser organizado
-
Ter habilidade em técnicas e
táticas de manejo e
-
Saber diferenciar senescência de
senilidade (fotospp27,pp43-45)
criação:
webx |
|