ESCOvovóDROMO – Ações Preventivas de Saúde Bucal  para Terceira Idade   

 

  

 

 

 

A Odontologia Geriátrica tem por objetivo motivar os auto-cuidados.

O Curso de Odontologia da Universidade de Ontário realizou uma pesquisa em  611 idosos durante 3 anos,  avaliando a "auto-percepção". Este trabalho tem o objetivo de medir as mudanças da saúde bucal que são percebidas pela  própria   pessoa. Quatro indicadores sobre saúde bucal foram incluídos. Com relação aos resultados 20,5% relataram que sua saúde bucal  piorou nesses 3 anos de auto-observação ,  68,5%  que ficou igual e 10,5%  que melhorou. Com relação aos que relataram  piora  no estado bucal, verificou-se que apresentavam uma higiene bucal insatisfatória. 8 Num estudo longitudinal feito em asilos na Noruega verificou que comparando dados de 1980 com 1993, a perda de dentes decresceu de 80% em 1980 para 54% em 1993. Maior número de dentes remanescentes e  restaurados  e  menor  número de  raízes residuais foram observados em 1993. A média de dentes remanescentes encontrada  foi  de 11,7 , de dentes  restaurados  5,1, de dentes cariados 1,8  e de raízes residuais 0,8 em 1993. Em geral a higiene bucal era regular. Este  trabalho enfatiza  a  necessidade de desenvolver ações para motivar os idosos a prevenir a doença periodontal e a cárie em pacientes institucionalizados. 6 Em Seattle (EUA) foi desenvolvido um processo clínico especial, O P.G.T. – Processo  Geriátrico  Preventivo. Um  grupo de 296 idosos foi avaliado, dividindo-os em 5 sub-grupos:

Grupo 1 – Procedimentos usuais

Grupo 2 – Procedimentos usuais e intervenção comportamental cognitiva

Grupo 3 – Procedimentos usuais, intervenção comportamental cognitiva e bochecho semanal com clorexidine

Grupo 4 – Procedimentos usuais, intervenção comportamental cognitiva, bochecho semanal com clorexidine e aplicação semestral de verniz fluoretado.

Grupo 5 – Procedimentos usuais, intervenção comportamental cognitiva, bochecho semanal com clorexidine, aplicação semestral de verniz fluoretado e profilaxia / raspagem semestral.

Os resultados revelaram que a perda dentária após o 1º ano era menor nos grupos 3, 4 e 5 do que nos grupos 1 e 2. Houve uma redução de 45% na perda dentária no 1º ano e  de 59%  no 2º ano. 2

Este trabalho colabora na identificação de um tratamento  que pode beneficiar amplas parcelas da população, evitando a necessidade de realização de trabalhos odontológicos de alto custo e alta complexidade.

Todos estes trabalhos citados motivaram a realização do EscoVOVÓdromo pela DENTISTA EXPRESSO .

Os idosos são a parte da população que está crescendo mais rapidamente no mundo. O aumento das necessidades de cuidados da parte odontológica dessa população constitui um verdadeiro desafio . É essencial que os profissionais tenham  um conhecimento das verdadeiras necessidades dos cuidados adequados para essa crescente e variada população.

Os idosos com dentes ou com próteses devem ser alertados que tanto as  restaurações quanto as próteses feitas  no  passado, não são garantia de que no presente ou no futuro preservem indefinidamente a sua saúde bucal.

Educando os pacientes da necessidade de prevenção em sua saúde bucal, para evitar problemas futuros que  provoquem  uma diminuição de sua auto-estima e também problemas de saúde, serão obtidos resultados positivos.

Os profissionais da saúde deverão ser orientados também para avaliar nos exames iniciais, não só a saúde  bucal do  paciente, como também sua habilidade ou não para realizar uma higiene adequada. Ver as necessidades do paciente ajudará a eliminar conceitos errados das pessoas que ajudam a cuidar desses pacientes.

 

 

 

COMO FAZER O ESCOVOVÓDROMO?

 

 

 

  A  DENTISTA EXPRESSO  projetou um equipamento para facilitar a higienização personalizada  ao  idoso. O que se observa  no dia a dia do consultório odontológico é que o idoso recebe orientação quando está sentado na cadeira odontológica ou  em  palestras na sala de espera.

Os índices de placa e acúmulo de tártaro mostram que estes métodos são pouco eficientes quando  medem-se  os  índices  de higiene oral de pacientes idosos.

Procurando melhorar a prática de higienização bucal a DENTISTA EXPRESSO desenvolveu  um  EscoVOVÓdromo:

·     Escova – (do latim Scopa – utensílio para limpar, lustrar, etc. que consta de uma placa onde são inseridos ,  muito próximos, filamentos flexíveis de cerdas, fios sintéticos, etc.).

·     Escovódromo – termo criado (no Brasil) a partir da palavra escova, e que significa l ugar  especial onde é realizada a escovação dentária controlada por profissionais.

·     Vovó -  Bras., Fem. de Vovô.  Avó, em linguagem infantil ou afetiva. A mãe do pai ou da mãe.

·     EscoVOVÓdromo – Termo criado, neste projeto, para designar lugar físico especial onde será realizada a escovação dentária dos idosos, sob a orientação de profissionais especializados.O Sistema  Odontológico tradicional estabelecido no Brasil, baseado na ação curativa, não tem  como prevenir  nem  tratar os danos causados pela placa bacteriana dental (cárie e doenças periodontais). A Previdência Social  por  si  só f oi  responsável  em 1995, pela realização de 28 milhões de dentes extraídos.

A solução para esse problema está em boa parte, no estabelecimento de programas preventivos  para  idosos que envolvam motivação e educação sobre a saúde bucal, escovação orientada, uso de flúor para pacientes com dentes,  métodos  para  prevenir doença gengival e periodontal, escovação adequada de próteses e língua, bem como a realização do auto-exame de boca.

O EscoVOVÓdromo nada mais é do que um Centro de Educação e Prevenção, onde o idoso  recebe  na  prática , orientações e treina, de forma prática, métodos adequados de prevenção das doenças bucais  para as quais tem  risco. Nele ocorre o ordenamento especial das alternativas didáticas e instrumentais direcionadas ao ensino e treinamento adequados para a higiene bucal. Trata-se de um método simples, que associa diversos recursos didáticos, com a finalidade de  melhorar  as  condições  de  saúde  bucal dos idosos.

Para o controle efetivo da cárie dentária e da doença periodontal, a placa bacteriana deve  ser  ativamente removida a intervalos regulares.As doenças periodontais são associadas à presença de placa bacteriana. A candidíase associa-se em geral  à  prótese   mal higienizada, que permite o crescimento de um fungo, Candida Albicans, que pode causar sintomas da doença em caso de desequilíbrio da flora bacteriana. Uma excelente higiene das próteses praticamente elimina a possibilidade de candidíase.

Planta do EscoVOVÓdromo DENTISTA EXPRESSO

·      São necessários espelhos amplos, onde o idoso pode visualizar seu rosto.

·      São necessárias pias com torneiras e balcão para apoiar escovas, próteses e materiais.

·      É importante haver divisórias entre as pias, para dar mais privacidade aos idosos e para que os idosos que usam próteses totais não se sintam envergonhados quando as tirarem da boca para realizar escovação.

·       Os idosos devem estar sentados em uma cadeira, pois as explicações levam de 5 a 10 minutos e é importante que o idoso não se canse.

·        Um armário para guardar materiais é opcional.

·       Uma lixeira (localizada abaixo e à direita da pia).

 

Durante o Congresso de Geriatria e Gerontologia do Mercosul, em Foz do Iguaçu, foram  realizadas  paralelamente atividades comunitárias para 1.000 idosos. Houve atividades como: medição de pressão arterial, glicemia, colestero l, densitometria óssea, lanche com super – sopa. Escovovódromo (cuidados com a saúde bucal) foi também incluído.

Cada idoso recebeu uma escova de dentes e o profissional C.D. (Cirurgião Dentista),  T.H.D.  (Técnico em Higiene Dental), ou a A.C.D. (Auxiliar de Cirurgião Dentista) realizava, no próprio idoso, a higiene dos dentes ou da  prótese  mandiibular ,  e após essa demonstração prática, repetia o mesmo procedimento na maxila (isto para o caso do paciente  se r  portador  de  2  próteses  totais, pois retirando uma prótese de cada vez, o paciente não se sentiria deformado).
 

Depois de demonstrar a higiene, escovando próteses, dentes, línguas e bochechas, pedia-se ao idoso para repetir os movimentos. Como muitos idosos apresentavam certas dificuldades de coordenação motora, era necessário treinar.

Nos idosos, a prevenção e controle de cáries, placa bacteriana e doença periodontal, que são as causas mais importantes da perda de elementos dentários, aliados a um conhecimento maior da fisiologia bucal, são um importante passo para a promoção de saúde bucal, com uma boca sem cáries, sem doença periodontal, sem placa, ou seja uma "boca limpa", o que levará a uma boa estética, mastigação e fonação. Numa sociedade, quanto melhor for sua condição econômica, social e política, e quanto maior for o apoio que essa sociedade dá ao indivíduo, maior será o grau de saúde que ele apresentará. Por sua vez, o indivíduo deverá ter autocontrole sobre sua saúde. Ele mesmo ou o Cuidador do idoso, deverão tomar os cuidados necessários para prevenir e cuidar mais, pelo menos primariamente, de sua própria saúde, mudando comportamentos e hábitos perniciosos.

 

 


Os dentistas DENTISTA EXPRESSO não são meros profissionais reparadores das doenças da boca, mas que eles são verdadeiros agentes promotores e mantenedores da saúde bucal do idoso. O tratamento curativo não devolve a saúde ao paciente, não evita a progressão da doença e é muito oneroso.
Dirigimos nossos esforços para que o paciente aprenda como evitar as doenças, e para que essa aprendizagem  se torne um prazer. O paciente, sobretudo o idoso, se esforçará para mudar seus hábitos se ele comprovar que o profissional se preocupa com ele.
Esta aprendizagem dos pacientes será mais fácil observando alguns requisitos:
1. O paciente idoso compreenderá melhor uma linguagem mais simples, acompanhada de cartazes, modelos, espelhos, etc. que possam ajudá-lo a entender melhor.
2. Essa aprendizagem deverá ser ativa; ele deverá por em prática o que lhe foi ensinado, por exemplo escovação sempre na frente de um espelho e supervisionado pelo profissional, e deverão ser esclarecidas quaisquer dúvidas com respeito ao procedimento ensinado.
3. Deverá ser avaliada cada etapa, e dizer francamente se o paciente realizou a técnica de uma forma correta ou não. Repetir o procedimento até o paciente conseguir executá-lo corretamente.
4. Cada paciente idoso se comportará de uma forma diferente. Deverão ser avaliadas as habilidades e limitações de cada um.
5. O paciente idoso muitas vezes é um paciente mais difícil. Por isso deverá ser feita uma avaliação no momento do aprendizado, para ver se ele demonstra ou não interesse. 
O idoso com boca sadia terá uma qualidade de vida melhor, e isso se refletirá em sua saúde geral. Dentes e gengivas sadias, próteses bem adaptadas darão ao idoso uma auto-estima maior, uma aparência boa e agradável e também serão uma barreira contra a instalação de doenças infecciosas.
Quando o idoso alcançar essa meta, ele poderá VIVER EM SAÚDE.
Acreditamos que o Escovovódromo é uma prática de um modelo que privilegia a verdadeira promoção à saúde bucal. 
 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  

 
1.      CARPENTER, G.I.; TURNER, G.F.; FOWLER, R.W.  
Casemix Inpatient Care of Elderly People: rehabilitation and post-acute care. Casemix for the Elderly Inpatient Working Group. Age Ageing , 1997, Mar, 26: 2, 123-31. 
2.       HUJOEL, P.P.; POWELL, L.V.; KIYAKHA, H.A. The Effects of Simple Interventions on Tooth Mortality: gindings in one trial and implications for future studies.
J. Dent Res, 1997., Apr, 76: 4, 867-74. 
3.      JITOMIRSKI, S.; JITOMIRSKI, F. Odontogeriatria : a Odontologia do Futuro. DENS. Fase II, 2 (1): 4-9, jan / jul 87. 
4. JITOMIRSKI, S.; JITOMIRSKI, F. Sorriso Não Tem Idade. Informativo Maioridade. Programa Estadual do Idoso, set 96 p.4. 

5. JITOMIRSKI, F.; JITOMIRSKI, S. O Que os Cuidadores de Idosos Precisam Saber Sobre a Saúde Bucal.
Manual. 2ª Edição, 1997. 

6. JOKSTAD, A.; AMBJRNESEN, E. ; EIDE, K. Oral Health in Institutionalized Elderly People in 1993 Compared with 1980.
Acta Odonto Scand, 1996., Oct, 54: 5, 303-8.

7. KINA, S. et all. O Ensino da Estomatogeriatria no Brasil.
Ver. Odontol. Univ. S.P., 10 (II): 69-73, jan / mar 96.

8. LOCKER, D.; JOKOVIC, A. Three – Yeasr Changes in Self – Perceived Oral Health Status in an Older Canadian Population. J. Dent Research, 1997, Jun, 76: 6, 1292-7.

9. MIURA, H.; ARAKI, Y.; UMENAI, T. Chewing Activity and Activities of Daily Living in the Ederly. J. Oral Rehabilitation, 1997, Jun, 24: 6, 457-60.

10. OW, R.K.; LOH,; T; NEO, J.; KHOO J. Perceveid Masticatory Function Among Elderly People.
J. Oral Rehabilitation, 1997, Feb, 24: 2, 131-7.

 

 

 


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