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DOENÇAS
PERIODONTAIS
Em estudo realizado na Inglaterra
foi constatado que:
- A higiene (limpeza) bucal
diminue com a idade.
- As mulheres realizam higiene
bucal com melhor qualidade e mais frequência que os homens.
- A doença periodontal é
inversamente associada com o nivel socio economico para homens
mas näo para mulheres .
Foi observada a ocorrencia de
aumento da Doença Periodontal com a idade (Finlândia):
-aumento da D.P. para cada década
de vida até os 60 anos.
-acima de 60 e 70 anos não há
diferenças significativas
Proporção de indivíduos com bolsas
maiores de 4 mm foi constante em cada década:
70 anos(73 a 80%)
A proporção de pessoas c/bolsas
maiores de 6 mm foi maior a partir dos 70 anos
A proporção de bolsas> que 6 mm
cai nos muitos idosos p/18%
Holanda - 19 a 27% pessoas entre
55-74 anos apresentam bolsas > que 6 mm e requerem tratamento
periodontal complexo.
Austrália
-63% pessoas > 65 anos-RAP
-11% cirurgia periodontal
-43% homens(18% com gengivite)
A doença periodontal aumenta com o
número de dentes remanescentes
IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
(Carolina o Norte-EUA)
Analisaram 274 residentes em 5
Instituições
79% dos 97 pacientes c/dentes:
-23,7% c/gengivite
-55,7 % c/periodontite
-66% com sujeira visível,placa e
cálculo
Abscesso
gengival e periodontal
Abscesso periodontal é um processo inflamatório agudo, destrutivo no
periodonto, resultando em coleção purulenta decorrente de
microrganismo piogênicos que ganham acesso e estabelecimento no
sulco gengival ou nas estruturas periodontais mais profundas.
O abscesso periodontal
constitui uma lesão inflamatória relativamente frequente. Por
ser de manifestação aguda, acompanhada de dor pulsátil, exige
abordagem de urgência por parte do clínico o que levará à
resolução do quadro clínico agudo. Desta forma a segurança e a
capacidade do profissional em identificar os sinais e sintomas,
o estabelecimento de um diagnóstico diferencial preciso e uma
compreensão dos fatores etiológicos são de fundamental
importância para decidir sobre a conduta clínica que aliviará o
sofrimento do paciente.
Do ponto de vista clínico,
tem sido estabelecido uma diferenciação entre o abscesso
gengival e abscesso periodontal. O abscesso gengival é
caracterizado por inflamação aguda, circunscrita, purulenta,
localizada na gengiva marginal (periodonto de proteção).
Clinicamente caracteriza-se pelo aumento volumétrico localizado
do tecido gengival, a área apresenta coloração vermelha,
aspecto liso e brilhante, geralmente ocorre em local sem doença
anterior e está circunscrito à gengiva marginal. Já o abscesso
periodontal propriamente dito está usualmente associado a doença
periodontal mais avançada, com envolvimento de estruturas
periodontais mais profundas, à presença de bolsas sinuosas,
envolvimento de furca e defeitos infra-ósseos. O abscesso
periodontal é a manifestação aguda de uma bolsa periodontal.
Possíveis mecanismos que
participam da formação dos abscessos: penetração profunda do
estágio inflamatório, trajeto sinuoso da via de drenagem
natural, o vedamento da luz da bolsa periodontal,
frequentemente nas lesões de bi e trifurcação, presença corpo
estranho, frequentemente sementes, casca de pipoca, crustáceos,
restos de alimentos, ligaduras ortodônticas, palito, cerdas
desgarradas de escova dental, os quais podem se alojar no sulco
gengival ou em áreas mais profundas de bolsas periodontais (
Hilgeman e
cols, 1986), Killoy, 1996, Topoll e cols 1990).
Características clínicas -
o abscesso periodontal em geral está associado à bolsa
periodontal pré-existente. Em condições normais os
produtos em decomposição da
bolsa periodontal são eliminados por drenagem via sulco
gengival e/ou luz da bolsa periodontal. Entretanto quando
por alguma razão se dá a obliteração dessa via de drenagem, os
produtos de decomposição da bolsa vão gradativamente se
acumulando no sitio da bolsa obliterada, resultando em dor
pulsátil, edema, tumefação gengival, podendo se estender para a
mucosa alveolar, mucosa oral e em circunstâncias especiais,
comprometer áreas mais distantes como a face e pescoço. Os
tecidos afetados tomas coloração vermelha, aspecto liso e
brilhante, sensibilidade dental à pressão, mobilidade dental
aumentada.
Características
radiográficas - as manifestações radiográficas tem valor
limitado no estabelecimento do diagnóstico. O valor
estratgégico da radiografia pode variar em função da etapa de
evolução da lesão, da localização do abscesso e da extensão e
comprometimenmto periodontal pré-existente,( Hilgeman e col,1990,
Killoy, 1996).
A utilização de artifício de
contraste (cone de guta percha, fio ortodôntico) introduzido
via luz da bolsa pode auxiliar no diagnóstico. Características
comuns entre abscesso periodontal agudo e periapical agudo - dor
intensa espontânea, estrusão e aumento de mobilidade do dente,
sensibilidade à percussão, aterações da mucosa, adenopatia
regional e manifestações gerais como febre e mal estar podem
confundir o abscesso peridontal agudo com o abscesso periapical
agudo. Entretanto, no periodontal, o comprometimento da mucosa
ocorre, geralmente entre a região apical e a margem gengival,; o
dente pode ter vitalidade; alterações periodontais podem ser
observadas radiograficamente na área em questão ( Soares, I.J. e
col, 1992).
Tratamento - Os abscessos
periodontais comumente se apresentam como urgência dolorosa e
como tal merece atenção imediata para aliviar a dor e resolver a
infecção. Dessa forma, a eliminação do fator etiológico, o
estabelecimento da via de drenagem, elegendo-se como via de
eleição, a abordagem pelo sulco gengival ou parede mole da
bolsa, utilizando-se de curetas periodontais para raspagem
grosseira, representam o objetivo primário no manejo do
abscesso. Após a drenagem, prescrever bochecho com solução
salina morna com o objetivo de facilitar a resolução do edema.
Há o consenso de que na falta de sintomatologia sistêmica, a
antibioticoterapia não se faz necessário. Se o tratamento for
adequado, bem como o diagnóstico correto, a diminuição da
sintomatologia se dá em 24 -48 horas após, como processo
natural de resolução.
Monitorar a resposta aprimorando a raspagem subgengival com a
finalidade de remover fatores etiológicos ainda presentes e
criar ambiente biológico favorável ao processo de reparação.
Além da drenagem do abscesso via bolsa periodontal, em alguns
casos tem sido proposta com esta finalidade, a incisão da
mucosa de apical para coronal ou levantamento de retalho
periodontal. De acordo com Killoy (1996),o abscesso periodontal
comumente resulta em considerável perda de inserção durante a
fase aguda, mas por outro lado, o tratamento pronto e adequado
da lesão, acarreta excelente potencial de reparo.
Referências Bibliográficas:
Killoy, W.J. - Tratamento
dos abscessos periodontais.
In:Genco, R.J e
col.
Periodontia contemporânea,Ed
Santos. Cap 40, 1996,p.475-482.
Hilgeman,J.L. e Snyder, J.D.
-Periodontal emergêncies. Den clin North
Amer.v.30,n.3,p.459472,
1986.
Topoll, H.H., Lange, D.E. e
Muller,R.F. - Multiple periodontal abscesses
after systemic antibiotic
therapy.J.Clin Periodontol,v.17,p.268-272, 1990.
Soares, I,J. et al.,
Abscesso periapical agudo. In: Atualização na
Clínica.Odontológica, Artes médicas,1992, p.155-166.
Gengivite Necrosante Aguda (GUNA)
É uma condição inflamatória aguda destrutiva dos tecidos
periodontais, com sinais e sintomas clínicos característicos,
admitindo-se ser causada por agentes diferentes daqueles que
produzem a gengivite marginal comum. Vem quase sempre precedida
de fatores predisponentes como, traumas psicológicos, períodos
de relativa tensão emocional como exames escolares, esgotamento
físico, preocupações extremas, baixa de resistência física,
estafas ou mudanças de hábitos de vida. A má higiene bucal é
fator predisponente. Devido à sua ocorrência relativamente
frequente em indivíduos HIV, esta condição vem recebendo
atenção redobrada nos últimos anos.
Características clínicas
Lesão restrita à gengiva, inicialmente nas papilas interdentais
e marginal, promovendo congestionamento e tendência à hemorragia
espontânea, dor irradiada, hálito fétido, gosto metálico,
salivação aumentada e viscosa, sensação de pressão entre os
dentes. Com a evolução do processo, a gengiva marginal é
destruída de forma irregular, tomando aspecto crateriforme, cuja
ulceração e necrose levam a deformação topográfica da gengiva
que vem recoberta por pseudomembrana acinzentada como
consequênia do processo evolutivo da necrose. Pode afetar
sítios específicos, grupos de dentes ou ainda, a gengiva de toda
a dentição. O paciente pode apresentar estado febril, mal-estar,
enfartamento ganglionar e quadro de irritabilidade.
A GNA (GUNA) não é autolimitante. Quando não tratada pode
assumir características de lesão subaguda ou crônica, como
também, pode evoluir para um quadro de estomatite gangrenosa (noma)
meningite e outras complicações sistêmicas (Carranza Jr, 1996).
Etiologia
A etiologia da GNA ainda é considerada obscura, embora se tenha
como sendo uma associação fuso-espiroquetal. A flora bacteriana
da GNA não difere qualitativamente daquela encontrada em bolsas
periodontais comuns. De acordo com Loesche, et al. 1982,1997 e
Carranza Jr.1996, a associação Borrélia Vincent e bacilo
fusiforme está presente em bolsas como em sulcos normais, embora
em menor quantidade do que na GNA. Muito embora se conceba o
papel do complexo fusoespiroquetal no quadro clínico da GNA,
para sua manifestação, necessita de um campo propício local e
sistêmico para sua manifestação, daí o seu caráter
multifatorial.
Fatores pré-disponentes
Má higiene bucal, gengivite prévia, fumo, estresse físico e/ ou
emocional, experiência de ansiedade aguda, deficiências de
nutrição, principalmente em
crianças, HIV.
Epidemiologia
A GNA pode ser observada em todos os grupos etários, até mesmo
na infância, incide mais em adultos jovens, abaixo de 30 anos.
Não há dados epidemiológicos ou científicos sugerindo seu
caráter transuniversal nem evidências conclusivas de predileção
por sexo. Embora existam relatos de literatura quanto ao
acometimento de grupos de pessoas,sua contagiosidade não foi
demonstrada (Grover, et al. 1988). Para Carranza Jr (1996) os
surtos da doença em grupos de pessoas pode ser atribuídos ao
fato de que tais indivíduos foram expostos ao mesmo meio
ambiente e a condições de desenvolvimento e nutrição similares e
não necessariamente porque tenha
havido contágio entre indivíduos.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito através da coleta de dados fornecidos pelo
paciente (anamnese) e pelo exame clínico, onde são exploradas as
evidências relativas aos exames subjetivos e objetivos:
¨ Sintomatologia - o pacinete pode relatar dor irradiada e
expontânea, sensibilidade gengival, irritabilidade, dificuldade
para se alimentar, gosto metálico, salivanção aumentada e
viscosa, aparecimento repentino, estado de saúde debilitada,
problemas de estresse, alterações de hábitos de vida.
¨ Sinais - halitose intensa, eritema linear, alteração
morfológica da gengiva e presença de pseudomembrana, formação de
crateras gengivais devido à ulceração e necrose, presença de
pseudomembrana amarelo-acinzentada com eritema linear
subjacente, tendência à hemorragia espontânea ou ao menor
estímulo, salivação espessa e excessiva.
Tratamento
O tratamento consiste na implementação de cuidados que levem a resolução das
condições agudas, o que constitui a urgência propriamente dita. Uma sequência de
procedimentos poderia ser a seguinte:
¨ Limpeza da área afetada com remoção do tecido necrosado, controle de placa.
Para isso utilizar algodão embebido em água oxigenada, 10 vol ou solução de
clorexidina à 0,12%;
¨ Cuidadosa e atraumática raspagem para remoção de resíduos, placa, cálculo
superficial ¨ Controle químico de placa: bochecho com água oxigenada , 10 vol
diluída 50% em água, quatro a seis vezes ao dia, por uma semana. Atualmente se
tem
dado preferência ao bochecho com clorexidina à 0,12%, duas vezes ao dia, por 7a
10 dias, com excelentes resultados clínicos.
¨ Recomendação sobre cuidados caseiros sobre higiene bucal;
¨ Antibioticoterapia se houver sintomatologia sistêmica (penicilina ou
metronidazol). Comvem ressaltar que a literatura é bastante farta quanto a
indicação de diversas substâncias para controle químico e de antibiótico para
uso na fase aguda. (foto 109 , DB10) ¨ 24 a 48 horas após, monitorar a resposta,
repetindo os procedimentos anteriores, aprimorando a qualidade da raspagem.
Certificar-se dos cuidados caseiros e seguir monitorando a resposta até a
remissão completa do quadro clínico agudo. Decorridas algumas horas após a 1ª
consulta o paciente já sente considerável alívio de toda aquela sintomatologia,
mesmo nos casos mais severos e a remissão do quadro agudo se dá dentro de
aproximadamente 3 a 5 dias. O afastamento dos fatores predisponentes e a
orientação sobre os cuidados caseiros de higiene bucal são as etapas mais
importantes do tratamento. De acordo com Ramfjord e Ash, 199l, a GNA é uma
doença gengival com alta capacidade destrutiva de tecidos, com etiologia e
patologia facilmente detectáveis. Os sinais e sintyomas são distintos e
diagnósticos. O tratamento por raspagem, remoção de fatores do meio ambiente e
higiene bucal, é geralmente seguido por uma resposta dramaticamente favorável. A
doença pode recidivar se o tratamento não for conduzido até a completa resolução
da lesão e restituição da arquiterura gengival normal.
Fase crônica - tratamento da gengivite marginal e/ da periodontite, conforme o
caso. A correção das sequelas persistentes na região afetada (comumente na forma
de crateras proximais) deve ser efetuada após um período de observação de no
mínimo 30 dias (Carranza Jr, 1994). A cirurgia como tratamento de sequela da GNA
tem por finalidade corrigir a arquitetura gengival para uma forma anatômica que
permita eficiência da higiene bucal.
Referências bibliográficas
1. Loesch, W.J. et al. The bacteriology of acute necrotizing ulcerative
gingivitis. J. Periodontol., 53:223-230, 1982.
2. Loesch,w.j. Association of the oral flora with important medical diseases.
Current Opinion in Periodontology, 4:21-28,1997.
3. Carranza Jr. F.A. Periodontia Clínica de Glickman,, 4ª ed, Philadelfia, Ed.
Santos,1996
4. Pattison,G.L. Self-inflieted gingival injuries: literature review and case
report. J. Periodontol.,54:299-309, 1983.
5. Ramfjord S.P. e Ash Jr. M.M. Periodontologia e periodontia.Ed Santos, São
Paulo, 199l,p.139-159.
6. GROVER, p.s. ET AL., Dental emergencies occurring among United States Army
recruits. Milit. Med.., 48:56-57,1988.
Pericoronarite
A pericoronarite é uma condição
inflamatória do complexo tecidual que circunda os dentes
percialmente
irrompidos ou em erupção. Os dentes mais comumente envolvidos são os terceiros
molares mandibulares Frequentemente na área distal do 3º molar mandibular,há um
sulco gengival profundo, sendo esta região considerada um sítio ecológico ideal
à proliferação de microrganismos. Pode se manifestar na forma aguda, subaguda e
crônica. A forma aguda merece não só maior atenção como também, uma abordagem de
urgência.
Características clínicas:
Os tecidos pericoronários apresentam-se com aumento de volume e coloração
marcadamente vermelho intenso, inchaço, gengiva exteremamente sensível, dor
irradiada e formação de bolsa. A persistência do processo infeccioso pode afetar
estruturas mais profundas com apresentação de sintomatologia subjetiva, como dor
pulsátil e irradiada para o ouvido médio, assoalho da boca e orofaringe. O
paciente pode relatar gosto desagradável, limitação na abertura da boca, febre,
mal estar, adenopatia regional.
Diagnóstico:
O diagnóstico é baseado fundamentalmente nos achados do exame clínico. O exame
radiográfico é particularmente eficaz na avaliação da área distal ao dente
envolvido e consequentemente, contrribui no estabelecimento do prognóstico. A
determinação do espaço entre o dente em questão em relação ao ramo ascendente da
mandíbula é um determinante crítico do prognóstico.
Tratamento
De acordo com Key, 1960, o tratamento deve ser baseado nos seguintes fatores:-
intensidade do processo inflamatório;complicações sistêmicas e conveniência de
se conservar o dente em questão.
Fase aguda:
- higienização do sulco gengival com o objetivo de limitar a área de inflamação
e intensidade do processo inflamatório; - irigação do sulco gengival com água
oxigenada 10, vol diluida a 50% em água;
- raspar superficialmente com a finalidade de remover detritos, corpo estranho,
cálculo, etc. promovendo assim a limpeza do sulco gengival;
- bochecho com solução salina morna de hora em hora. Atualmente está se dando
preferência ao bochecho com clorexidina a 0,12% de 12 em 12 horas;
- antibioticoterapia se houver sintomatologia sistêmica;
- cuidado com injúria adicional ao capuz pericoronário;
- ocorrendo contato sobre tecido mole pelo dente antagonista, construir "front
plateau";e monitorar o tratamento local até a remissão dos sinais e sintomas
agudos. Pós-fase aguda, avaliar quanto ao dente e capuz pericoronário:
- localização topográfica dista, presença de uma cela distal ao molar, fazer
ulectomia ou cunha distal, conforme o caso.- Impacção dental, falta de espaço na arcada, dente parcialmente irrompido
estando próximo ao ramo ascendente da mandíbula,fazer exodontia.
Referências bibliográficas:
1. Kay, H.L.W. Investigation into the nature of pericoronaritis. Brit. J.oral
Surg., 4:52-55, 1966.
2. Hal, D.A. , Hilgeman,J.L. e Snyder,J.D. - Periodontal Emergencies. Dent.
Clin. N. Amer.,30(3):439-472, 1986.
criação:
webx |
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